O governo de Javier Milei afirmou que vai enviar uma fatura com os valores gastos com a polícia aos movimentos sociais responsáveis por protestos em Buenos Aires na última quarta (20). O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, afirmou que os grupos precisarão pagar 60 milhões de pesos (cerca de R$ 360 mil) para arcar com o que foi gasto na mobilização das forças de segurança.
Adorni afirmou que 14 organizações receberão a cobrança, incluindo o grupo peronista Movimento Evita, que não participou dos atos, convocados por organizações de esquerda e sindicatos. O porta-voz ainda ainda comunicou que o governo apresentou uma denúncia na Justiça contra elas por supostos crimes de extorsão e fraude.
O Movimento Bairros de Pé também foi incluído na lista do governo Milei, mas afirmou que não convocou protestos ou participou deles. Javier Nunez, assessor de imprensa da entidade, ainda criticou a gestão do novo mandatário por “não saber usar a inteligência”.
Segundo Adorni, a ação contra os grupos tem como base denuncias feitas por membros das entidades pelo Disque-Denúncia. Ele alega que as informações foram confirmadas pela ministra Patricia Bullrich, ministra da Segurança.
Myriam Bregman, deputada da Frente de Esquerda e ex-candidata à Presidência do país, criticou a decisão do governo de cobrar o valor utilizado para mobilizar policiais, já que foi montado um esquema de segurança “desnecessário e abusivo”. “É irracional que agora as organizações devam pagar seu show macabro”, avalia.
A manifestação da última quarta reuniu cerca de 4.000 pessoas e foi convocada pelas redes sociais. O objetivo era protestar contra o “megadecreto” de Milei.