Publicado originalmente no site da Rede Brasil Atual (RBA)
O dia foi de manifestações em defesa da Amazônia e contra a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em diversos países do mundo e também no Brasil. Em São Paulo, o ato se concentrou por volta das 18h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Por volta das 19h, uma das faixas da Avenida Paulista já estava interditada e completamente tomada por manifestantes.
Cartazes em inglês, francês e português podiam ser vistos, com frases como “Lute pela Amazônia” e “A Amazônia é de Todos”. Entre os manifestantes, gritos como “Bolsonaro sai / Amazônia fica” e “Onde já se viu / Botaram fogo / Na floresta do Brasil” davam o recado diante do aumento do desmatamento e das queimadas na maior floresta tropical do mundo.
Do Masp, os manifestantes saíram em direção à sede do Ibama, na rua Augusta. Uma faixa preta, escrita em branco “Amazônia é do Povo”, abria a marcha, que dessa vez reuniu manifestantes de perfis variados, inclusive crianças, famílias e pessoas de distintas idades que normalmente não participam de atos associados a pautas progressistas.
“Tem todas as gerações aqui, pessoas que não participam das outras manifestações, mas estão aqui pela Amazônia”, analisou a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), pouco antes das 21h, quando o ato chegou à sede do Ibama.
Rio de Janeiro
Também no Rio de Janeiro, uma grande passeata percorreu as ruas do centro da cidade. Reunidos na Cinelândia desde o final da tarde, por volta das 18h o público presente realizou um minuto de silêncio em protesto contra a política ambiental do governo federal.
“Ele nunca teve nenhum interesse pelo tema, sempre criticou a preservação ambiental, e queria extinguir o ministério do Meio Ambiente. Não fez isso, mas colocou lá alguém que pensa como ele”, afirmou o ex-deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). Para ele, Bolsonaro está “acusando o golpe”, ao decidir se pronunciar em cadeia de rádio e TV para dar explicações sobre o aumento do fogo e do desmatamento na Amazônia. “A questão ambiental é o que está em destaque neste momento e até agora é o tema que mais repercutiu contra Bolsonaro, mas a oposição precisa se manter atenta, fiscalizar e denunciar os eventuais erros em todos os campos governamentais”.
Para Ricardo Graça Aranha, líder do coletivo Amazônia na Rua, que organizou o ato na Cinelândia, as queimadas sempre existiram e os governos anteriores também falharam na preservação ambiental, no entanto, ele enfatiza que a atuação do governo de Bolsonaro é especialmente maléfica.
“Desde janeiro estamos denunciando o desmonte da estrutura de fiscalização e combate a incêndios, o desinteresse do ministro Ricardo Salles por qualquer questão ecológica. Bolsonaro nunca teve nem terá qualquer interesse em preservação ambiental, então qualquer medida que ele anunciar agora será só uma reação momentânea às pressões no Brasil e no exterior. Não acredito em nada do que ele vier a anunciar, porque não é uma filosofia de governo, é uma tentativa de amenizar as pressões”, afirmou.