Esta reportagem faz parte da séria sobre a Caravana de Lula no Sul, financiada pelos leitores através de crowdfunding. As demais estão aqui
A caravana de Lula pelo Sul do Brasil está há mais de uma hora estacionada na Cooperativa Agropecuária e Laticínios Pontão, do MST, porque alguns quilômetros adiante, no trevo de Passo Fundo, milícias contratadas por ruralistas fecharam a estrada.
O relato que chega até a caravana é a de que os manifestantes de extrema direita queimaram pneus na estrada, e a tropa de choque tenta desobstruir. Teria atirado bombas de gás.
Mas, pelo tempo em que a ação começou, o caminho já deveria estar livre – quem cobre manifestação da esquerda sabe que o choque nunca demora tanto.
Lula veio à cooperativa para participar de um ato organizado pelo MST. A cooperativa fica na antiga Fazends Anonni, uma das primeiras ocupações da história do MST. Hoje, com os assentamentos, ela tem alta produção de derivados de leite e de carne.
Em seu discurso, Lula agradeceu a segurança feita por militantes do MST. São 82, dos quais nove são mulheres. São eles que fazem o cordão para permitir a passagem de Lula e comitiva.
Em seu discurso, Lula disse que tem um “carinho histórico “ pelo MST, pelo apoio que o movimento sempre deu ele. “Sei quem são meus amigos de verdade, os amigos de sempre”, afirmou.
Os militantes continuarão a fazer a fazer a segurança de Lula.
Até aqui, todas as manifestações foram realizadas, apesar da pressão organizada pelos ruralistas. Em Cruz Alta, eles agrediram quatro mulheres, com chutes e socos. Uma delas foi internada.
Dilma Rousseff, que integra a caravana, denunciou a agressão covarde. Lula, por sua vez, disse que sempre participou de protestos na rua, mas nunca para impedir que uma liderança se manifestasse. “São fascistas, não são democratas”, afirmou.