Sete dos nove militares que foram identificados nas imagens registradas pelo circuito de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro e trabalhavam no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) atuaram na segurança de Jair Bolsonaro (PL) em compromissos eleitorais e motociatas.
O capitão José Eduardo Natale, que foi visto dando água aos bolsonaristas que invadiram as sedes dos Três Poderes, foi com o ex-presidente em uma viagem a Juiz de Fora (MG) para o lançamento de sua campanha no ano passado. Ele também viajou com o político para a Rússia, assim como o general Carlos Feitosa Rodrigues, responsável pelo “alerta laranja” no dia dos ataques.
Os dados constam no Portal da Transparência, que registra as viagens a serviço feitas por funcionários públicos. Segundo o Estadão, o coronel Wanderli Baptista da Silva Júnior integrou a equipe de segurança de Bolsonaro na ida a Nova York, quando ele discursou na ONU.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias disse ter dado ao coronel Wanderli uma ordem para efetuar a prisão dos invasores golpistas, que foram orientados a deixar o andar presidencial. Porém, as imagens sugeriram que os vândalos não foram repreendidos.
Alexandre Santos de Amorim, André Luiz Garcia Furtado, Alex Marcos Barbosa Santos e Laércio da Costa Júnior também fizeram a segurança de Bolsonaro em viagens. Já o coronel André Furtado acompanhou o político do PL em motociata em São José do Rio Preto (SP), em 24 de fevereiro do ano passado. Também com direito a motociata, o tenente Alex Marcos Barbosa seguiu o presidente em ida a Recife (PE), em agosto de 2022.