Militares tentam culpar governo Bolsonaro para se desvincular de trama golpista

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024 às 12:25
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Alan Santos/PR

Militares têm culpado o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e tentado se desvincular de trama golpista. Com o avanço das investigações sobre o plano, oficiais têm dito que haveria um “excessivo poder” de influência atribuído a membros das Forças Armadas de baixa patente e sem capacidade de mobilização. A informação é do blog da Andréia Sadi no g1.

Oficiais citam o caso do general Estevam Teophilo, do Comando de Operações Especiais Terrestres (Coter), que teria sinalizado adesão aos planos de Bolsonaro. Eles afirmam que o órgão não tem nenhuma tropa subordinada a ele e, portanto, não seria possível tomar qualquer atitude sem anuência do comandante do Exército.

Membros do Exército ainda afirmam que o grupo cuida de planejamento e não tem capacidade de atuação, mesmo que o general seja integrante do Alto Comando da Força.

Nos casos do coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, do coronel Bernardo Romão Correa Neto e de outros, que trocavam mensagens com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, oficiais apontam que eles são de baixa patente e não possuem uma influência muito grande dentro das Forças.

Os generais e ex-ministros Augusto Heleno (GSI) e Walter Braga Netto (Defesa). Foto: Reprodução

Nas mensagens encontradas pela Polícia Federal eles aparecem perguntando a Cid se os golpistas já teriam encontrado indícios de fraudes nas urnas e abastecendo o núcleo do governo com fake news.

A estratégia dos oficiais é tratar os militares como coadjuvantes no roteiro de golpe e alegar que eles apenas atendiam a chamados de Bolsonaro. A PF rechaça o argumento, já que eles eram convocados para discutir atos ilegais, o que não está previsto na Constituição.

Dentro das cúpulas das Forças, há ainda a percepção de que o papel atribuído aos militares é exagerado, já que os investigados são considerados “chão de fábrica”. Nos casos do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, eles apontam que ambos estão na reserva e não possuem poder para mobilizar tropas.

O Alto Comando também aponta que o grupo golpista era limitado a poucos militares e que a iniciativa não teve uma grande adesão dentro do Exército.

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