Milly Lacombe viraliza ao lembrar passado de Vera Magalhães: “Que nunca mais se repita”

Atualizado em 16 de setembro de 2022 às 9:47
Milly Lacombe e Vera Magalhães – Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (15), a colunista do portal UOL Milly Lacombe publicou um artigo repercutindo a agressão sofrida por Vera Magalhães, por parte do deputado bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos-SP), durante o debate com os candidatos a governador realizado pela TV Cultura. Ela se solidarizou com a jornalista, mas fez questão de relembrar atitudes nada solidárias da profissional. O texto viralizou nas redes sociais:

Vera Magalhães virou alvo da violência Bolsonarista. (…) O Bolsonarismo precisa da violência de gênero como um vampiro precisa de sangue. Esse é um dos pilares que estruturam a sociedade que bolsonaristas querem erguer. (…)

Vera Magalhães foi escolhida por essa turma covarde para virar, literal e simbolicamente, o rosto do inimigo. A experiente jornalista foi, durante os 13 anos de administrações petistas, oposição bastante eloquente. E, ainda assim, seguiu podendo falar abertamente o que pensava de Lula, de Dilma e do PT sem ser agredida. (…)

Enquanto Dilma foi alvo da fúria covarde da extrema-direita, Vera calou. Quando Cora Ronai e Miriam Leitão ridicularizaram a roupa e o andar de Dilma na posse, Vera calou. Quando a caravana de Lula foi recebia a pauladas no sul do Brasil, Vera disse que pedradas faziam parte da política. Quando Lula foi ao velório de dona Marisa, Vera debochou e sugeriu que casássemos com alguém que não fosse fazer comício em seu velório.

Quando Manuela D’Avila foi 62 vezes interrompida no Roda Viva, Vera disse que era do jogo e que estava acostumada a atuar em ambientes cheios de homens, indicando que Manuela fazia drama ao reclamar da impossibilidade de concluir um pensamento sequer. Quando Boulos foi contratado como colunista da Folha, Vera democraticamente sugeriu que ele fosse desligado dado que, segundo ela, Boulos estava associado ao banditismo. (…)

Sua ideologia, suas simpatias políticas e seus afetos não justificam agressões, ataques, abusos, assédios. Apenas um país que já não mais opera democraticamente tolera esse tipo de violência.

Prestar solidariedade a Vera Magalhães exige que refaçamos o caminho até aqui para que ele nunca mais se repita, e para que nenhuma outra mulher tenha que passar pelo que ela está passando.

Que Lula seja eleito para que Vera possa, outra vez, fazer oposição sem ser destruída em sua dignidade e no seu direito de opinar.

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