Por Fernando Brito
Arranjem unhas para roer os que estão ansiosos pela designação dos ministros do Governo Lula.
Porque os cargos mais importantes só serão preenchidos lá pela metade de dezembro, muito provavelmente.
De aperitivo, talvez só mesmo o Meio Ambiente, aproveitando a COP 27 e – dependendo da conexão que se pretenda de conexão deste com o agronegócio – talvez o da Agricultura, logo a seguir.
Assim mesmo porque nesta área – e se eventualmente for criada, também a uma Autoridade Climática Nacional – há a possibilidade imediata de alinhavar os acordos bi ou multilaterais, que têm terreno fértil para brotar no propício terreno das preocupações internacionais neste setor.
O restante terá de esperar e o clima de Copa do Mundo e a negociação da PEC no Congresso desaconselham que os interlocutores que já trabalham nela sejam postos à margem pela definição antecipada de outros atores para a área da Economia.
Alem do mais, nomear um “ministério virtual”, que em nada teria condições de operar na prática, não teria a menor serventia para as negociações políticas para o que é necessário agora: aprovar a PEC que viabilize os gastos públicos essenciais, porque desencadearia uma pressão incontornável sobre eles para indicações de segundo e terceiro escalões ambicionadas pelos parlamentares.
O presidente eleito está, aparentemente, satisfeito com a mecânica das decisões nesta fase de transição: melhor que as decisões lhe sejam trazidas para aprovação do que começarem a ser anunciados programas e decisões que não possa recusar, sob pena de criar frustrações e enfraquecer quem se precipitar.
O chororô e a intriga vão continuar correndo soltos na grande mídia em vão, porque Lula não dará os nomes antes da hora, porque não é tolo.
Originalmente publicado em TIJOLAÇO