Ministro da Educação quer que crianças lhe mandem vídeo cantando o Hino porque ele não sabe a letra. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de fevereiro de 2019 às 22:39
Ricardo Vélez Rodriguez, ministro da Educação

O ministro Ricardo Vélez Rodriguez mal sabe falar português.

Seu sotaque é grotesco para quem vive no país desde 1979.

Já chamou os brasileiros de ladrões e canibais. Culpou a Veja por “descontextualizar” a imbecilidade.

Atribuiu a Cazuza uma frase do Caceta & Planeta. Pediu desculpas à mãe do cantor, Lucinha Araújo, depois que ela ameaçou processá-lo.

A nova palhaçada é o comunicado do MEC a diretores de escolas pedindo que, “no primeiro da volta às aulas”, os alunos sejam perfilados para o hino nacional e a leitura de uma carta de sua lavra.

O slogan da campanha eleitoral de Bolsonaro deve dar o fecho à coisa: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.

Há ainda um apelo para que essa bufonaria seja filmada e o vídeo enviado ao governo.

Obviamente que a intenção é fazer propaganda com isso.

Canta o hino não é, em si, um problema. Nem hastear a bandeira.

A questão é de onde vem a requisição e quem os estudantes estão homenageando.

Por trás disso há um culto ao lixo ideológico bolsonarista e à ala psiquiátrica da administração, cujo líder é Olavo de Carvalho.

Como lembrou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, trata-se de algo triplamente criminoso.

“Crime contra o bom senso, contra o direito de imagem das crianças e contra o serviço público por divulgar slogan de candidato com recursos públicos”, afirma.

As instituições poderiam topar, desde que Rodríguez mandasse um videozinho dele mesmo cantando o Hino.

Eu aposto 150 mamadeiras de piroca como o sujeito não passa da terceira estrofe.

O comunicado do MEC para as escolas