O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, rebateu nesta quarta-feira (27) o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, que afirmou que 2023 registrou o maior número de famílias assentadas no país desde 2015.
Durante uma mensagem de Natal, o ativista disse que o primeiro ano do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o “pior da história” neste aspecto para o grupo.
Segundo Teixeira, o governo retomou a reforma agrária, que estava paralisada desde 2015. “Assentamos 7.200 famílias e regularizamos outras 40 mil em 2023. Este é o maior número desde a paralisação. Inexistiam recursos no orçamento deixado para este ano e ele ainda é modesto em 2024. Aí reside a crítica do Stédile”, afirmou o ministro ao Globo.
Stédile, um dos principais nomes do movimento e membro da coordenação nacional do MST, adotou um tom mais moderado no vídeo divulgado no site do grupo e atribuiu a responsabilidade pelo cenário atual ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Em termos de famílias assentadas, é o pior ano de todos os 40 anos do MST. Mas nós compreendemos. Faz parte da luta”, disse o líder do MST.
“A vitória (petista nas urnas) alimentou muitas expectativas com o governo Lula. Pudemos avançar em muitos temas e em outros estamos parados. Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e, de certa forma, o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, acrescentou.
O ministro antecipou estratégias para o próximo ano, incluindo a destinação de terras do estoque do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e áreas públicas para a reforma agrária. Teixeira indicou ainda a utilização de terras transferidas de grandes devedores da União e aquelas que serão desapropriadas para esse fim.