Para celebrar a 20ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul e o Grupo Gestor do Arroz Orgânico organizam festa em Viamão, Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, 17 de março.
Toda a direção nacional do Movimento estará reunida no evento, em conjunto com personalidades, entidades e apoiadores da Reforma Agrária Popular e Agricultura Familiar Camponesa, com a expectativa de reunir 5 mil participantes.
A culinarista e especialista em alimentação saudável, Bela Gil, já confirmou presença. Assim como ministros, parlamentares, movimentos sociais e universidades, que celebrarão em conjunto com as famílias Sem Terra assentadas e acampadas, que há mais de uma década, lideram o posto de maiores produtores de arroz orgânico no Brasil e América Latina – segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga).
Pelo menos cinco ministros já confirmaram presença, entre eles, Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento Social; Márcio Macêdo, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência; Paulo Teixeira, ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas.
Entre as personalidades políticas presentes, também estarão no evento, Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Juliano de Sá, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) do RS; parlamentares das bancadas do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSol), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Representantes de universidades, cozinhas comunitárias, e movimentos sociais como Levante Popular da Juventude, Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) também confirmaram presença; assim como delegações de especialistas na produção agroecológica e de bioinsumos do Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Cuba.
“Estamos muito felizes em poder convidar todos e todas para comemorar a 20ª edição da colheita do arroz com a família do MST, pois é onde reunimos os agricultores, apoiadores da Reforma Agrária Popular e da bandeira da agroecologia”, pontua Marildo Mulinari, da direção estadual do MST-RS.
Sobre a produção do arroz agroecológico
De acordo com o Grupo Gestor do Arroz Orgânico, na safra 2022/2023, a estimativa é colher aproximadamente 16.111 toneladas de arroz orgânico, cerca de 322.235 mil sacas de 50 kg cada, em uma área de 3.200 hectares. As principais variedades plantadas são de arroz agulhinha e cateto.
A produção ocorre em 22 assentamentos, localizados em nove municípios das regiões Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste do estado. O cultivo é feito por 352 famílias, que estão organizadas em sete Cooperativas da Reforma Agrária, entre elas a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados de Tapes (Coopat), Terra Livre, Cooperativa dos Produtores Orgânicos de Reforma Agrária de Viamão (Cooperav), Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentamentos de Charqueadas (Copac) e Cooperativa Sete de Julho.
As famílias assentadas da Reforma Agrária Popular, organizadas no Grupo Gestor, tem se reafirmado como alternativa ao modelo convencional praticado pelo agronegócio; prezando pela concepção de produção de alimento saudável em qualquer escala, preservando o meio ambiente, em um processo cooperado, que busca a distribuição de renda entre os produtores e produtoras. E que possa chegar à mesa dos consumidores a preço justo, alicerçando os princípios da agroecologia em todas as dimensões do processo produtivo e organizativo.
Ao longo da 20a festa da colheita, também será lançada a Unidade de Produção de Bioinsumos Ana Primavesi. Tal unidade traz algumas garantias para os produtores e produtoras do MST, como o aumento da produção, autonomia na produção de bioinsumos e acesso a novas tecnologias, em benefício às famílias agricultoras e à soberania alimentar do país.