Um depoimento que contradiz a versão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres sobre a minuta golpista foi incluído numa ação que investiga a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição e pode torná-lo inelegível.
De acordo com informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, o documento foi inserido na ação que apura os sucessivos ataques do ex-capitão às urnas eletrônicas. Na ocasião, Bolsonaro se reuniu com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado.
Anderson Torres disse diversas vezes que não separava os documentos que trazia para levar para sua casa. Segundo o bolsonarista, a função seria de responsabilidade de uma assessora, que deveria coletar a papelada deixada em cima da mesa dele.
No entanto, Gizela Lucy Barros, ex-assessora de Torres, informou em depoimento prestado à Polícia Federal (PF) que apenas organizava a mesa dele, “mas os papéis, a sua triagem do que era importante ou não, o próprio ministro assim fazia”.
Dessa maneira, fontes que acompanham as investigações afirmam que o conflito de versões coloca em xeque a credibilidade de Anderson Torres. O apoiador do ex-mandatário evitou incriminar Bolsonaro, alegando nunca ter tratado do tema com o ex-chefe do Executivo.
O depoimento da ex-auxiliar de Torres, entretanto, foi compartilhado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo ministro Alexandre de Moraes. Vale destacar que, ao todo, a ação do TSE que mira a reunião com embaixadores reúne cerca de 600 documentos.