Monark, as “fake opinions” e a má-vontade em aprender

Atualizado em 15 de maio de 2021 às 22:45

Viralizou nas redes um trecho do Flow Podcast no qual, de forma didática, Gabriela Prioli ensinou ao entrevistador Monark sobre a necessidade de embasar-se as opiniões a partir de dados concretos.

Poderia ser apenas um episódio corriqueiro no embate entre iluministas e obscurantistas que acompanhamos no Brasil mas, mais do que isso, é um alerta importante sobre um dos grandes problemas do país atualmente: as fake opinions.

Como define Reinaldo Azevedo, fake opinion é aquela opinião baseada em fatos e dados falsos.  O youtuber reivindica para si o direito de ter suas opiniões apesar dos fatos. Tal impressão pode ser confirmada em dois tuítes dele mesmo, após a repercussão do trecho em que a argumentação da advogada  “lacra” o debate, com se costuma dizer nas redes sociais.

Quando Monark diz que “agora o Brasileiro não pode falar o que vê na frente dele sem ter um estudo estatístico para comprovar?” ou que “apenas pesquisadores estatísticos podem emitir opinião”, apesar da clara ironia, ele demonstra a falta de vontade de embasar suas opiniões em fatos: pesquisar e estudar dão um trabalho que ele não está disposto a ter.

O problema é que Monark não fala apenas por si: ele representa uma parcela da população. Menos por seus milhões de seguidores nas redes ou espectadores no podcast que co-apresenta e mais pelo tipo de pessoa que representa: a comum.

Infelizmente não são todos que saem do mundo raso do noticiário da grande mídia para ler Chomsky. Falar da suposta falta de inteligência dele é a resposta fácil e arrogante que podemos dar. Temos que aprender a conversar com essas pessoas.