O influenciador bolsonarista Rafael Moreno, que se apresenta como publicitário, foi um dos alvos da 26ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (16). A investigação visa identificar financiadores e promotores dos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas e depredadas.
Moreno, conhecido como “publicitário de direita”, teve suas contas de redes sociais suspensas por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020, no âmbito do inquérito das fake news, por supostas ameaças à corte.
Os seus perfis no Instagram e X, o bolsonarista publica memes que alimentam as mentiras da extrema-direita, defesa da monarquia, críticas ao presidente Lula e ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o mesmo que emitiu o mandado de busca e apreensão contra ele nesta terça.
Hoje as 6 da manhã depois de 4 anos acordei com a policia federal na minha casa novamente! pic.twitter.com/OyRzyyYx3r
— Rafael Moreno?? (@RafaelMorenoSS) April 16, 2024
Em relatos nas redes sociais, Moreno expressou indignação com a ação da PF, revelando ter sido acordado às 6h pela equipe policial em sua casa no Rio Grande do Norte.
Em 2022 ele se candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) como deputado estadual, mas recebeu apenas 499 votos pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB) e não foi eleito.
O registro dele como candidato também revela que, apesar de se apresentar como publicitário, ele só tem o ensino médio completo, ou seja, não é formado em Publicidade e Propaganda.
Segundo ele, não participou dos atos de janeiro de 2023 e afirmou ter auxiliado apenas no acampamento em frente aos quartéis até dezembro do ano anterior.
Nas redes, o bolsonarista publicou uma selfie dizendo que foi acordado às 6 horas, e afirmou que após quatro anos recebeu a Polícia Federal em sua casa novamente, questionando até quando seria “perseguido”.
Ao negar sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, Moreno afirmou que não participou e sequer financiou a ida de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Brasília.
“Os valores que arrecadei, ajudei a comprar alimentos, remédios, barracas, colchões, aluguel de tendas, entre outras coisas, exclusivamente para o acampamento em frente aos quartéis“, confessou.
Em uma “nota para a imprensa” publicada em sua conta no X, Moreno reafirmou a não participação nos atos golpistas em um parágrafo, e se contradisse no outro escrevendo novamente sobre a arrecadação de dinheiro para a tentativa de derrubada do Estado Democrático.
Nota para a imprensa.
Olá. Pela segunda vez na minha vida estou sendo perseguido pelo ministro Alexandre de Morais, dessa vez estou sendo investigado por financiar o 8 de janeiro.
Não participei, nem incentivei e muito menos financiei os atos de depredação dos prédios na praça…
— Rafael Moreno?? (@RafaelMorenoSS) April 16, 2024
A Operação Lesa Pátria, que cumpriu mandados em oito estados, resultou em uma prisão em flagrante por posse irregular de arma de fogo em São Paulo e na apreensão de um arsenal em Tocantins.
A PF estima que os danos ao patrimônio público cheguem a R$ 40 milhões. Os crimes investigados incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.