O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, manteve a prisão preventiva do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, investigado por suposta conspiração em favor dos atos terroristas de 8 de janeiro.
Segundo o blog do Fausto Macedo, no Estadão, o magistrado negou o pedido da defesa de Torres, que tinha parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), por considerar que no atual momento das investigações a “razoabilidade e proporcionalidade continuam justificando a necessidade e adequação” da medida.
Moraes avalia que a necessidade de segregação de ex-ministro da Justiça foi reforçada por “fortes indícios” de sua ligação com a “minuta do golpe”, que foi apreendida pela Polícia Federal em sua casa, além das fiscalizações em massa da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições.
O ministro classificou as blitz da PRF, especialmente em rodovias do Nordeste, que é o principal reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como “operação golpista” “para tentar subverter a legítima participação popular”.
Torres foi intimado para depor na próxima segunda-feira (24), às 14 horas, sobre a atuação da PRF no segundo turno do pleito. O ex-ministro da Justiça será ouvido na condição de declarante. Moraes assegurou que ele tem o “direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo”.
No despacho, o ministro também destacou os indícios de “conduta omissiva” de Torres quanto ao acampamento golpista em frente ao QG do Exército e o “risco daí gerado, que culminou nos fatídicos atos do dia 8 de janeiro”.