O general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro, deu neste sábado mais uma declaração racista.
Ao desembarcar no aeroporto de Brasília, durante uma entrevista, ele apontou para um adolescente que o esperava no saguão, acompanhando a comitiva familiar.
“Meu neto é um cara bonito, viu ali? Branqueamento da raça”, falou.
Mourão já havia vinculado o negro à malandragem e o índio à indolência numa palestra no Rio Grande do Sul. Justificou-se com o papo furado de que se autodeclara índio no TSE.
Mourão perfilaria bonito com os “morenazis”, como foram batizados os neonazistas colombianos no início dos anos 2000.
Esses grupos apareceram fazendo barulho em manifestações e rapidamente se transformaram em piada.
Uma delas acabou viralizando. Dava conta de um protesto do neonazismo em Dresden, na Alemanha.
A certa altura, morenazis se juntaram aos alemães.
Tiveram que sair correndo logo depois. Haviam sido confundidos com refugiados e espancados.
Um dos “líderes”, Helmuth Buriticá, garantia que eles também eram arianos, apesar da cor da pele escura.
“Culpa do clima!”, repetia.
A tese do branqueamento racial foi popular no Brasil no início do século passado.
O antropólogo e médico carioca João Baptista de Lacerda, um dos principais propagadores dessa falsificação científica, participou em Londres, em 1911, do Congresso Universal das Raças.
Levou um artigo intitulado “Sobre os mestiços”, que falava o seguinte:
“A população mista do Brasil deverá ter pois, no intervalo de um século, um aspecto bem diferente do atual. As correntes de imigração europeia, aumentando a cada dia mais o elemento branco desta população, acabarão, depois de certo tempo, por sufocar os elementos nos quais poderia persistir ainda alguns traços do negro.”
Mourão duraria 30 segundos nas mãos dos meninos da SS.
Mas apanharia feliz ao saber que o netinho daria um oficial como o führer queria.