Moro acha que é deus e exige a Bolsonaro o sacrifício do filho, como a Abraão. Por Fernando Brito

Atualizado em 20 de setembro de 2019 às 9:57
Sérgio Moro. Foto: Agência Brasil

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

Pode ser que Eduardo Bolsonaro passe o Natal sem ganhar o presente da embaixada brasileira nos EUA.

A operação da Polícia Federal, ontem, no Senado, tornou ainda mais difícil a aprovação do seu nome pelos senadores em votação, como se sabe, secreta.

Já não era tarefa simples e Jair Bolsonaro hesitava em formalizar a indicação para não correr o risco de derrota.

Não pode tê-la sem contar com a bancada “morista” do Podemos, de Álvaro Dias, que está reunindo todo o lavajatismo e, com isso, passou a ter 11 senadores (ou 10, dependendo de consumar-se ou não a cassação da ex-juíza Selma Arruda).

Ontem, enquanto sua turba vociferava com mais de 100 mil tuítes na hashtag #MaiaTraidorDaPatria, Bolsonaro teve o cuidado de, em sua live semanal agradecer a ele e a Davi Alcolumbre pela ajuda no projeto que ampliou a posse de armas em propriedades rurais, questão que só anima seus mais fiéis.

A Câmara e o Senado inteiros sabem que Sergio Moro e o ministro Luís Roberto Barroso agem em sintonia e que a ordem de busca e apreensão no Senado teve alvo e hora adequados a esta harmonia lavajatista.

Como sabem que Bolsonaro está muito mais interessado em seu clã político que na Lava Jato.

Pode ser até que o líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho, publicamente se exponha a colocar, em lugar do pai, extintores de incêndio em lugar das achas de lenha que Abraão colocou sobre o burrico e pôs-se marchar para as terras de Moriá, o lugar o filho Isaque seria sacrificado.

Mas há senadores que não estão dispostos a ir para a fogueira da inquisição morista e preferem que para lá vá o Savonarola das Araucárias.

Pinhão, como sabe o pessoal do Sul, pode ser cozido, mas também fica bom assado na chapa, tal e qual hambúrguer.