https://www.youtube.com/watch?v=QWo5Tm22L5w
Sergio Moro cruzou o Rubicão em sua cruzada contra Lula e se vê numa posição cada vez mais complicada para provar sua tese a qualquer custo — inclusive da própria missão que se auto outorgou, a de destruir sua nêmesis barbuda.
O juiz paranaense agora determina o que é “propaganda política” em seu processo, como se o que ele mesmo produzisse, com a reverberação da mídia, fosse algo de natureza diferente.
O critério, evidentemente subjetivo, é um só: se for contra Lula, ok. Se não, está vetado. É pós-kafkiano.
A pergunta do advogado Cristiano Zanin Martins ao ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ex-presidente do BC na gestão lulista, é absolutamente legítima. Você vê a partir do minuto 11:00 acima.
Na audiência, Martins inquiriu o depoente se achava que “o governo Lula trouxe benefícios ao País e não foi um governo que tenha buscado benefícios pessoais para os governantes e pessoas do alto escalão”.
Moro indeferiu a questão.
“A impressão é que a defesa está fazendo propaganda política do governo anterior. Isso não é apropriado”, afirmou. Para o magistrado, a resposta seria uma “opinião” e não um “fato”.
Ora, quem começou essa confusão entre uma coisa e outra foram Sergio Moro e os herois da Lava Jato.
Meirelles já havia contado que nunca vira “algo ilícito” e que sua relação com Lula “era totalmente focada em assuntos relativos ao Banco Central e à política econômica”.
Ou seja, Moro se antecipou.
Se foi assim com Meirelles, como será com as próximas testemunhas? Haverá um manual?
A defesa arrolou os nomes de Fernando Henrique Cardoso, Stefan Löfven (ex-premiê da Suécia), François Hollande e Nicolas Sarkozy.
Eles também serão impedidos de falar o que Sérgio Moro não quer ouvir?
O que o país está assistindo não tem mais nada a ver com Justiça, mas Moro vai prosseguir até ser avisado por seus patrocinadores de que bateu no muro. Isso não é propaganda política.
É fato.