PUBLICADO NO BLOG DO KENNEDY
POR KENNEDY ALENCAR
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, e integrantes da Lava Jato tentaram indicar para a chefia da PGR (Procuradoria-Geral da República) um nome fora lista tríplice e se deram mal. Deltan Dallagnol era a aposta. O próprio presidente Jair Bolsonaro confirmou que ouviu sugestão para indicá-lo, mas o julgou um xiita ambiental.
Apesar de negar publicamente, Moro foi quem interveio nos bastidores a favor de Dallagnol e ouviu a negativa. O ministro da Justiça deu corda à quebra da tradição de indicar um nome da lista tríplice da eleição interna da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).
Quando o presidente descartou Dallagnol, houve um movimento de Moro para conter prejuízos e apoiar um nome da lista tríplice. Mas Augusto Aras e Raquel Dodge já haviam avançado no campo de batalha.
Dodge teve apoio dos presidentes do STF, Dias Toffoli, da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Mas Bolsonaro descartou Dodge por ela ser mulher e ter denunciado Eduardo Bolsonaro por suposta ameaça a uma jornalista que o deputado federal teria namorado.
Bolsonaro firmou um compromisso político com Augusto Aras, que cedeu às bandeiras do presidente. Parlamentares conservadores também apoiaram Aras nos bastidores. O blog noticiou que, na reta final, ele recuperara o favoritismo.
Hoje, estrelas da Lava Jato e procuradores da República choram em praça pública o desprezo de Bolsonaro pela lista tríplice da ANPR, mas cometeram o erro de tentar controlar o presidente da República, que exerceu seu direito constitucional, aparelhou a PGR e quebrou uma tradição iniciada no governo Lula em 2003.
A Lava Jato, Moro, Dodge, ANPR e Dallagnol perderam com a indicação de Aras para a PGR. Bolsonaro ganhou ao indicar um nome de sua confiança para o cargo que pode investigar e denunciar o primeiro mandatário do país. Esses são os fatos.