O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e sua esposa, Rosângela Moro, entraram com uma ação contra a empresária Roberta Luchsinger, responsável por denunciá-lo por possível irregularidade eleitoral. O ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou o domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo.
No entanto, há indícios que o casal não tem residência no estado paulista, ou seja, estaria cometendo crime ao transferirem o domicílio eleitoral. Após a denúncia de Roberta, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo pediu ao MPESP (Ministério Público Eleitoral de São Paulo) investigar o caso.
Diante da repercussão, Moro e Rosângela entraram na Justiça e estão pedindo uma indenização por danos morais de R$ 200 mil, além de requererem a “decretação de segredo de justiça à presente Ação Penal Privada, tendo em vista que eventual repercussão midiática da questão vertida irá implicar no agravamento do ataque à honra dos QUERELANTES”.
Roberta Luchsinger se posicionou sobre Sergio Moro
O acesso à justiça é garantia constitucional a todos os brasileiros e brasileiras. E embora Sergio Moro nunca tenha sido um defensor ou mesmo executor dos princípios fundamentais da república, eu, que defendo o estado democrático de direito, farei minha defesa neste processo que já nasce fadado ao fracasso. Demandar aventuras jurídicas todos podem, obter êxito é outro assunto.
Ao invés de Sergio e Rosangela Moro explicarem ao Ministério Público sua transferência eleitoral recheada de fraudes, resolveram se voltar contra mim pedindo indenizações e minha prisão em uma desesperada tentativa de me calarem e em sugestiva coação no curso do processo (art. 344 do código penal).
Causa estranheza que um ex-juiz julgado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal (processo n., ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-presidenciável seja tão sensível à crítica política e debate público, já que pediu decretação e sigilo em seu processo. A vaidade, Sergio Moro não lhe cai bem e a coragem que lhe falta sobra em mim.
Talvez seja mais confortável para um sujeito que está acostumado com as arbitrariedades da lava jato demandar contra uma mulher que descobriu e denunciou seu artifício eleitoreiro. Essa tentativa de intimidação e silenciamento tem nome e sobrenome atualmente: violência política de gênero (lei 14.192/21).
Não me acovardarei e travarei quantas batalhas jurídicas e políticas forem necessárias em nome da lisura do processo eleitoral em São Paulo. E francamente, Sergio Moro, falar em honra para quem já foi declarado suspeito e parcial pela corte maior do país é no mínimo um acinte.