Moro foge de perguntas em depoimento e se diz “perseguido” por PT e PL

Atualizado em 7 de dezembro de 2023 às 15:25
Ex-juiz juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Foto: Reprodução

Em depoimento ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) nesta quinta (7), o senador Sergio Moro (União-PR) afirmou ser alvo de “perseguição” do PT e do PL, autores das ações contra ele. Ele se negou a responder perguntas feitas por advogados das siglas e se limitou aos questionamentos do desembargador Luciano Carrasco Falavinha, relator de seu caso. A informação é da coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.

O time jurídico do PT fez uma lista de aproximadamente 200 perguntas e chegou a levar um livro de Moro, intitulado “Contra o sistema de corrupção”, com uma série de páginas marcadas, mas o relator indeferiu as questões feitas pela sigla.

O depoimento durou cerca de 45 minutos e ocorreu presencialmente. Moro foi indagado sobre um contrato de R$ 1 milhão firmado pelo advogado Luís Felipe Cunha, seu primeiro suplente, para atuar em sua defesa durante o período de pré-campanha. O senador respondeu que não se envolveu na negociação do contrato e que esse e outros acordos foram firmados pelo Podemos ou pelo União Brasil.

Moro é acusado de cometer abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Os partidos apontam irregularidades nas suas contas e avaliam que ele se beneficiou de verba disponibilizada pelo Podemos, pelo qual se candidatou à presidência, para sua campanha para o Senado pelo União Brasil.

O PT pretendia questioná-lo sobre uma relação de voos fretados usados durante a campanha eleitoral, que teria custado R$ 625 mil, segundo o União Brasil, e acusá-lo da prática de Caixa 2 e abuso de poder econômico em sua campanha para se tornar senador. A sigla também planejava questioná-lo sobre os gastos milionários feitos pelo Podemos, seu antigo partido, mas o senador não respondeu a nenhuma das perguntas.

Falavinha afirmou que o depoimento de Moro encera a fase da coleta de provas e que as ações devem ser julgadas no plenário do TRE em janeiro do ano que vem. O caso deve chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também no próximo ano e a corte deve concordar com uma eventual condenação para que ele seja cassado.

Moro prestou depoimento pessoalmente no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Foto: Divulgação

O advogado Gustavo Guedes, que defende Moro, afirmou que os partidos “inflaram indevidamente” seus gastos de pré-campanha e que 98% do material “deve ser descartado”. “O que sobra não representa abuso nenhum. A eleição do senador Moro foi legal e legítima”, alega.

O autor da ação do PT, o advogado Luiz Eduardo Peccinin, diz que o senador preferiu não responder às perguntas do PT por “medo”.

“Sabia que não teria como explicar os crimes que cometeu. É uma pena que o Senador deixe de se explicar para a sociedade e seus eleitores. Tínhamos 200 perguntas para fazer para ele, sobre os milhões para seu suplente, jatinhos, motoristas etc. com dinheiro público, do povo. Para alguém que defendeu tanto a moralidade da política, seu silêncio é decepcionante e, para nós, uma confissão de culpa”, afirma.

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