Publicado originalmente no blog do autor
POR MARCELO AULER
Não foi apenas junto ao Ministério Público Federal que o então juiz Sérgio Moro, quando magistrado à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba, interferiu apresentando provas, sugerindo testemunhas e palpitando sobre investigações e peças de acusação, tal como mostraram diálogos revelados pelo The Intercept – ‘Não é muito tempo sem operação?’ .
Embora na função de julgar com imparcialidade os casos que lhe chegassem, Moro também palpitou em investigações feitas internamente na Superintendência do Departamento de Polícia Federal do Paraná (SR/DPF/PR). Ocorreu, pelo menos, na Sindicância SI-04/2014-SR/DPF/PR, instaurada para apurar o uso de um grampo ilegal na cela em que ficou preso o doleiro Alberto Youssef, dentro daquela superintendência.
A própria corregedora da SR/DPF/PR, delegada Rosicleya Baron de Albuquerque Barradas, encaminhou ao juiz a sindicância antes dela ter sido concluída. Atendeu um pedido do juiz, como revelou, em depoimento oficial, o delegado federal Maurício Moscardi Grilo, em fevereiro de 2017. Foi Moscardi quem presidiu aquela investigação interna que, segundo ficou provado posteriormente, tinha o intuito de abafar a utilização de uma escuta ambiental na cela, sem qualquer autorização legal.
A confirmação do grampo sem autorização judicial, logo no início da Operação Lava Janto – março de 2014 -, poderia (pode ainda?) contaminar todas as investigações que se seguiram, motivo da tentativa de abafar o caso.
Leia o texto completo aqui.