Ao que tudo indica, o ex-juiz Sergio Moro é bastante seletivo no que se refere aos seus conchavos políticos – se você não tiver nenhum processo ou acusação nas costas, melhor nem tentar.
O deputado Julian Lemos (PSL), cicerone de Moro em sua última viagem à Paraíba, por exemplo, já pode pedir música no Fantástico: ele acabou de se safar do terceiro processo por violência doméstica (todos movidos por sua ex-esposa Ravena Coura e sua irmã Kamila Lemos).
Em todos os casos, as vítimas recuaram e desistiram da denúncia antes do trânsito em julgado. Ou seja, embora tenha sido acusado, Julian nunca foi condenado, porque as vítimas sempre desistem do processo sem razão aparente.
Não que seja o caso – e longe de mim afirmar o contrário –, mas é fato que grande parte das vítimas de violência doméstica são coagidas por seus próprios algozes, sobretudo quando são poderosos, a retirarem a denúncia (ou mesmo a nem chegarem a realizá-la).
Seja como for, não foi dessa vez que a justiça pôde de fato averiguar se Julian é inocente ou culpado pelas três acusações de violência doméstica – contra a irmã Kamila em 2016 e contra a ex-esposa em 2013 e 2016, ocasião em que a teria ameaçado de morte.
Sair impune das mais diversas acusações pelos mais arbitrários motivos é, aliás, uma especialidade do deputado.
Ainda em 2011, ele foi condenado por estelionato, mas o caso deixou de tramitar porque prescreveu: ou o judiciário brasileiro está mesmo no subsolo do fundo do poço no que se refere à morosidade e incompetência, ou Julian Lemos é, de fato, um homem de sorte.
É com essa figura – que poderia facilmente ser considerada um desafeto da justiça, a julgar pela quantidade de vezes que ela já tentou, sem sucesso, alcança-lo – que o ex-juiz e ex-Ministro da Justiça procura fazer conluios – suco de Brasil, alguém diria.
Na sua última turnê eleitoral pela Paraíba, aliás, os dois eram unha e carne. “Queria, meu irmão, te agradecer pela oportunidade. Espero que sejamos grandes amigos”, disse o deputado a Sergio Moro em sua festa de aniversário.
A verdade é que a trajetória de Moro não faz jus a nada melhor. Vendido ao pior governo da história, desmoralizado nacionalmente e sem domínio sequer da gramática básica, ter Julian Lemos como Cicerone é tudo o que o conje merece.
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Um ex-juiz que condenou sem provas o principal adversário político do homem de quem viria a ser Ministro não faria jus a nada melhor que isso: uma candidatura medíocre apoiada por um estelionatário (e não fui eu quem disse, foi a justiça).
Será um prazer inenarrável acompanhar cada fracasso da candidatura de Sérgio Moro, até vê-lo finalmente derrotado nas urnas, soterrado pela própria mediocridade e enterrado em uma vala funda da história política deste país, que lembrará dele certamente como um dos personagens mais covardes do bolsonarismo.
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