Todos sabem, em Brasília, Sorocaba ou Alegrete, que a ofensa de Sergio Moro não atingiu apenas Gilmar Mendes.
Moro deu de presente a todo o STF o pretexto que a instituição esperava para a tão aguardada invertida às atitudes desrespeitosas do juiz em relação à Corte no período do lavajatismo.
Moro poderá tombar antes dos empresários fascistas que atacaram o Supremo sistematicamente, como financiadores do gabinete do ódio e líderes dos tios do zap no esquema furado do golpe que não deu certo.
Todos sabem que Mendes não iria valorizar o vídeo do festeiro da quermesse do quentão com a insinuação de que vende habeas corpus.
O ministro pediu a interferência da Procuradoria-Geral da República por causa da pressão do entorno e em resposta ao acúmulo de atitudes arrogantes do ex-juiz suspeito. A ação que pede cadeia é pelo conjunto da obra.
Moro pode ser preso? É improvável, por vários motivos. O primeiro: o STF não correria o risco do desgaste da soberba, quando a prioridade por muito tempo será pegar os terroristas grandões e ainda impunes do 8 de janeiro.
Até porque quem vai preso no Brasil por ofender alguém com esse tipo de acusação? Prenderiam porque o acusado é ministro do STF e o acusador é desafeto do ministro?
O segundo motivo: o Supremo não vai querer Moro preso, nem que seja por um dia, mas humilhá-lo. O ex-juiz terá de se ajoelhar e pedir desculpas.
Não essa desculpa em que tenta dizer que o vídeo foi editado, que a fala teve a divulgação de fragmentos e que nunca atacou o STF. Essa desculpinha é ruim e o desfavorece.
O senador eleito pelo lavajatismo terá de se submeter ao escárnio público. Moro será humilhado pelo Supremo, para que se acovarde e não volte a fazer e dizer besteiras. E ainda tem a história do Tacla Duran.
É a chance para o STF dar uma resposta às ofensas acumuladas e em defesa da memória de Teori Zavascki, o ministro que Moro tentava submeter às suas vontades, como se fosse mais um subalterno da turma de Curitiba.
O STF pode fazer com que Moro, mesmo com mandato e imunidades, se acovarde e seja exposto ao Brasil como um sujeito moralmente fraco.
Não vão tirar o mandato de Moro. Vão transformá-lo num Kajuru qualquer, para que cumpra seus oito anos no Senado em voz baixa e sem chance de pretender algo acima da sua insignificância.
Vamos nos preparar para o que vem aí, porque Sergio Moro poderá gaguejar mais, rastejar e implorar por clemência.