Dá para ouvir o grito da torcida nos estádios, daquela gente valorosa que lutou contra a corrupção e jurava que nossa bandeira jamais será vermelha: “Ô, Moro, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”
Vai ficando claro como as lágrimas de Santa Teresinha que o ex-juiz da Lava Jato se meteu na maior fria de sua carreira e pode tê-la abreviado por causa de sua ambição desmedida.
Em apenas 18 dias, o governo Bolsonaro se mostrou um lixo em todos os sentidos.
Além da inépcia, da papagaiada macartista, da apologia da violência, do desmonte do mínimo estado de bem estar social, é um ninho de, como gosta o Jair, va-ga-bun-dos.
A idiocracia comporta todo tipo de bandido — do laranja que faz serviço nas casas legislativas ao engravatado que lida com Caixa 2.
Moro já perdoou Onyx Lorenzoni num episódio patético.
Já defendeu o decreto das armas desfazendo das inúmeras pesquisas sérias feitas sobre o assunto há anos.
Sua mulher já deu recado — devidamente apagado na sequencia — para os brasileiros pararem com o mimimi.
E agora, José? Como fica você diante do imbroglio de Flávio Bolsonaro?
O Jornal Nacional teve acesso a parte do relatório do Coaf sobre a conta de Flávio.
Entre junho e julho de 2017, ele recebeu, em dinheiro vivo, R$ 96 mil. Foram feitos 48 depósitos em cinco datas no valor de R$ 2 mil.
Em 27 de junho, por exemplo, houve dez depósitos em 3 minutos.
Não é possível identificar o autor porque não é necessário. Tudo na agência bancária dentro da Alerj.
Moro tem repetido que o boss já prestou todos os esclarecimentos sobre o caso Queiroz.
Não cola mais. O Coaf, vamos lembrar, está agora sob ele.
O Ministério Público pode tentar abafar o caso, mas o custo será altíssimo.
A chance de Sergio Moro não se desmoralizar (desculpe o trocadilho) de vez é facilitar e incentivar a investigação do filho do presidente da República.
A roubalheira nunca esteve tão perto de Moro. É uma chance de ouro para ele provar que é o que diz ser.
Não dá para ficar sumido para sempre.