PUBLICADO NO GGN
POR LUIS NASSIF
Em sua declaração, de ontem, Sérgio Moro disse que a única exigência a Bolsonaro, para aceitar o Ministério da Justiça, seria uma garantia de pensão para sua família, caso alguma coisa acontecesse com ele, já que abriu mão de sua carreira de juiz.
O que seria esse “alguma coisa”? Atentado, morte, ou demissão do cargo?
No caso de receio da morte, o correto seria um seguro de vida. Um contrato com pagamentos mensais, em caso de morte? Quem seria o avalista? De quem a viúva iria cobrar? E qual seria o risco de um contrato desses vir a público?
O mais provável é que Sérgio Moro quisesse um seguro contra eventual demissão, quando ele se veria privado dos proventos de Ministro e da aposentadoria de juiz. E a única garantia – entre pessoas que mal se conheciam – seria um pagamento à vista. Ou, em linguagem mais corriqueira, pediu dinheiro para deixar a carreira e se tornar avalista do governo Bolsonaro. Quanto foi? Quem pagou?
Ao trazer o tema em seu pronunciamento, provavelmente Moro estava apenas se antecipando a eventuais indiscrições de Bolsonaro. Ou a comentários maliciosos de que o dinheiro teria sido pagamento dos serviços prestados nas eleições – como divulgar o vídeo de Pallocci dias antes das eleições.
Seria interessante que a imprensa amiga de Moro levantasse mais dados sobre essa pensão. Seria uma maneira de comprovar (ou não) que ele não vendeu seu apoio a Bolsonaro.