Moro se reúne com Gilmar Mendes para tentar salvar cargo no Senado

Atualizado em 3 de abril de 2024 às 14:54
Gilmar Mendes, ministro do STF, e Sergio Moro, senador. Foto: reprodução

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se encontrou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes na terça-feira (2), um dia antes da retomada do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sobre a possível cassação de seu mandato como senador.

Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a audiência foi solicitada pelo parlamentar como parte de uma tentativa de estabelecer um diálogo com magistrados de cortes superiores em Brasília. Moro já havia se reunido com ministros do STF no ano passado.

Durante a conversa, que contou com a presença do senador Wellington Fagundes (PL-MT), eles discutiram temas relacionados ao Judiciário, à Lava Jato e às dificuldades enfrentadas pelo ex-juiz nos tribunais.

Embora tenham havido divergências, a conversa foi descrita como civilizada e tranquila por fontes próximas ao senador.

O encontro entre Moro e Mendes é carregado de simbolismo, ocorrendo exatamente dez anos após o início da Operação Lava Jato. Ao longo da última década, os dois estiveram em lados opostos.

Inicialmente favorável às investigações contra a corrupção, Mendes tornou-se crítico do então juiz Moro e dos procuradores do Paraná, apontando abusos de poder e desvios de finalidade em seus atos.

O julgamento

Independentemente do desfecho no TRE-PR, o caso seguirá para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF pode ser acionado para discutir questões constitucionais do processo.

A expectativa para esta terça-feira (3) é de que Moro seja inocentado pelo TRE-PR. O colegiado é composto por sete juízes, e o relator do processo já votou contra a cassação. Outros dois magistrados também são considerados votos favoráveis ao ex-juiz, o que significa que apenas mais um integrante do tribunal precisaria se posicionar a seu favor para garantir sua absolvição.

Na Justiça eleitoral, Moro é alvo de representações protocoladas na Justiça pelo PT e pelo PL, que apontam gastos excessivos durante a campanha eleitoral de 2022. O Ministério Público Federal (MPF) apontou abuso de poder econômico em parecer assinado no fim do ano passado e defendeu a cassação de Moro. Acompanhe:

Os partidos acusam o senador de abuso de poder econômico e utilização indevida de veículos e meios de comunicação durante o período pré-campanha. Eles alegam que ele se beneficiou da verba de pré-campanha à Presidência pelo Podemos durante sua campanha ao Senado Federal pelo União Brasil.

Segundo as ações protocoladas na Justiça, os gastos de Moro se tornaram “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná. Há divergências nos números apresentados ao tribunal eleitoral, no entanto.

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