O ex-juiz Sérgio Moro terá dificuldades para concorrer nas eleições pelo seu estado de origem, o Paraná, por ter mudado de Partido. Moro decidiu trocar o partido Podemos pelo União Brasil.
Com a troca de partido e a volta ao Paraná, por conta pedido de transferência de domicílio eleitoral negado pelo TRE paulista, o ex-juiz terá de se acertar com a cúpula do União, que no estado é chefiado pelo clã Francischini. O deputado federal bolsonarista Felipe Francischini é o presidente estadual da sigla, e filho do deputado estadual Fernando Francischini, que teve sua cassação pelo TSE após promover fake news contra o processo eleitoral confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sérgio Moro informou à colunista Bela Megale , que terá um encontro com o vice-presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, para definir a que cargo se candidatará, e tentará superar o problema “por cima”.
Qualquer que seja a escolha, ele terá novas questões a enfrentar. Uma nova possibilidade é que ele se lance a governador. O União Brasil apoia o governador Ratinho Jr. (PSD), candidato à reeleição e aliado do presidente Jair Bolsonaro. Mas caso se candidate a senador, a aliança do União com Ratinho Júnior traria desconforto para uma disputa ao Senado. Nesse caso, Moro também teria de concorrer contra um de seus primeiros aliados políticos, e que articulou sua primeira filiação ao Podemos: o senador Álvaro Dias.
Recentemente, o senador afirmou que o desgaste político do ex-juiz com sua indefinição de projeto pode ser ‘irreversível’, mas que não teria problemas em recebê-lo de volta ao Podemos mesmo após já ter aberto mão da concorrer à Presidência da República neste ano para se engajar na candidatura de Moro, que sequentemente deixou seu partido sem informar a direção.
Já se escolher pleitear uma vaga de deputado federal, ele terá que disputar outro símbolo da operação Lava-Jato, o ex-coordenador da força tarefa Deltan Dallagnol, o que poderá acabar atraindo votos a Dallagnol.