Publicado originalmente no blog Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
O final tumultuado da audiência de Sérgio Moro ontem, na Câmara dos Deputados, talvez tenha resumido a diferença de sua situação política agora, frente àquela que tinha há 15 dias, quando esteve no Senado.
O Sérgio Moro de antes, um figura que deveria ser tratada com reverência, virou um político como qualquer outro.
Não é mais, de fato, o “mito”, para usar uma palavra adequada a seu campo ideológico.
Pior, vai se revelando um “Rolando Lero” monocórdio, repetindo que todo o problema é a ação criminosa de hackers e insistindo na negativa, a cada dia mais insustentável, de que tudo se deu numa inacreditável normalidade.
Ontem, porém, ficou claro que isso entrou num processo de radicalização que não foi, absolutamente, criado pela oposição ou pelo The Interceptde Glenn Greenwald.
A notícia – publicada por um site de comparsas do ministro – repercutiu de forma muito negativa na imprensa que ainda serve de altar a Moro.
Mais do que o não-dito ou do dito das acusações feitas ontem, este foi o saldo do dia de ontem e não foi bom para o ex-juiz.
A sua defesa, como se viu ontem, está mais e mais agarrada ao fanatismo do “herói” e esta condição vai nitidamente se perdendo e se perderá ainda mais à medida que novos fatos forem surgindo.
Como já me referi antes, havia uma espécie de “campo de força” em torno de Moro e da Lava Jato e nenhuma revelação, por mais forte que fosse, poderia atingi-lo.
Esta blindagem está derretendo e atingindo graus perigosos, para ele, de fragilidade.
Agora, Moro não é mais santo. Sujeito, portanto, a que sejam mortais os pecados que dele se revelarem.