O Ministério Público Federal (MPF) acertadamente solicitou à Justiça a prisão preventiva dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) responsáveis pela morte de Heloísa dos Santos Silva, uma menina de apenas 3 anos. Ela faleceu neste sábado, depois de 9 agonizantes dias em um hospital em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardiorrespiratória irreversível causada por ferimentos a bala.
O procurador Eduardo Benones, que representa o caso, denunciou que 28 agentes da PRF visitaram o hospital após o incidente, numa clara e inaceitável tentativa de intimidar a família da garotinha. A presença massiva desses agentes, alguns dos quais conseguiram inclusive chegar à emergência pediátrica para falar com o pai da menina, evidencia um chocante abuso de poder e uso indevido da força corporativa.
Benones também pediu uma nova perícia no fuzil apreendido e no veículo onde a pequena Heloísa estava, já que há discordâncias com o laudo fornecido pela Polícia Civil. Ele aponta que “o risco ao resultado útil do processo é evidente” caso estas medidas cautelares não sejam aprovadas, uma clara indicação de que há necessidade de transparência e rigor na investigação.
Admissão de Culpa, Mas Será o Suficiente?
Embora o agente Fabiano Menacho Ferreira tenha admitido ter disparado os tiros fatais, é importante frisar que esse reconhecimento não redime o erro brutal nem garante que justiça será feita. Ele e os colegas, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, alegam ter perseguido o carro porque a placa indicava que o veículo era roubado. No entanto, após ouvirem um som de disparo, decidiram, sem confirmação, atirar contra o carro, culminando na morte de uma inocente.
Desde o começo, a família afirma que o disparo que matou Heloísa partiu de uma viatura da PRF. A morte dela é uma tragédia que destaca falhas profundas na formação e operação da PRF. Não é apenas um agente que errou; é um sistema que permitiu tal erro a ocorrer.
É a mesma corporação que assassinou Genivaldo de Jesus Santos em Sergipe no ano passado. Genivaldo foi preso no porta-malas de uma viatura e sufocado com gás introduzido no veículo pelos próprios agentes.
Bolsonaro criou uma máquina de matar. É necessário desativá-la.