Nesta sexta-feira (3), a CGU (Controladoria-Geral da União) divulgou que vai reavaliar 234 casos de sigilo estabelecidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2022 após um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com informações do UOL, o ministro Vinicius de Carvalho, da CGU, afirmou que entre os 234 casos de sigilos a serem analisados estão: 111 de segurança nacional; 35 de segurança do presidente; 49 informações pessoais; 16 de atividades de inteligência; e 23 de outros gêneros.
Um dos exemplos dos sigilos impostos pelo ex-chefe do Executivo foi o caso do ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello. Ele se tornou alvo de uma apuração de transgressão disciplinar pelo Exército após participar um ato político ao lado do ex-capitão no Rio, o que é proibido elas normas disciplinares.
Outro exemplo foi Bolsonaro ter colocado sob sigilo os crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome dos filhos Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O ex-mandatário argumentou que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” deles.
Além das viagens de Bolsonaro ao exterior, a exemplo de Israel (2019) e Rússia (2022), e outras informações relativas ao Itamaraty, o ex-presidente colocou sob sigilo a sua carteira de vacinação. Vale destacar que ele fez diversas críticas públicas às vacinas e questionou sua eficácia.
Outros telegramas colocados em sigilo por Bolsonaro referem-se ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio de Janeiro em 2018. Além desse, outros casos foram as prisões do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho no Paraguai e do médico bolsonarista Victor Sorrentino no Egito.
Todo o estoque de materiais e de vacinas, armazenados e disponíveis pelo governo federal, também foram colocados sob sigilo pelo Ministério da Saúde. Bolsonaro ainda não quis divulgar quantos perfis de profissionais e cidadãos foram bloqueados nas redes sociais por perfis de autoridades públicas.
Gastos com motociatas, a exemplo de convidados, contratos e justificativas para a realização dos eventos, não foram divulgados. Compras públicas envolvendo Forças Armadas e gastos com voos da FAB (Força Aérea Brasileira) também foram colocados sob sigilo.