Estudantes brasileiros na Argentina podem virar alvos dos cortes promovidos pelo presidente de extrema-direita do país, Javier Milei. Ele, que foi eleito com promessa de usar “uma motosserra” nos investimentos do governo, agora mira os recursos enviados a universidades.
O país se tornou um atrativo nos últimos anos para estudantes brasileiros por sua gratuidade e facilidade no ingresso. As verbas para universidades se tornaram alvo de polêmicas e disputas na gestão de Milei, que vetou uma lei para financiamento universitário no início do mês.
O projeto previa um aumento de verbas para a educação e salários de docentes, mas o veto de Milei tem sido apontado como uma forma de impedir o funcionamento das instituições. Algumas autoridades do país têm defendido cobrar um valor de alunos estrangeiros para aumentar a arrecadação.
“Aqueles que vêm de outras partes para estudar em nosso país são pessoas que não pagaram um único imposto aqui durante toda a vida. Apoiamos a educação, a saúde, a segurança e a justiça, me parece razoável que quem utiliza estes serviços e não contribuiu, pague alguma coisa”, afirmou Martín Menem, presidente da Câmara dos Deputados do país.
Os cursos de Medicina atualmente são compostos por 34% de estudantes estrangeiros. No total, são 37 mil estudantes de outros países, sendo 20 mil deles brasileiros. Algumas pessoas têm sido barradas neste ano por conta de alterações nas exigências de visto.
Estudantes estrangeiros ainda têm se queixado de ofensas por serem de outros países e estudarem na Argentina. Alguns relatam que estão sendo chamados de “parasitas do Estado”.
Um tema que tem gerado debate no país é o baixo retorno financeiro a médicos no país. Alguns alunos estrangeiros voltam às suas casas e não exercem a profissão na Argentina por conta dos salários. Recentemente, médicos do hospital-escola da Universidade de Buenos Aires (UBA), a maior instituição do tipo no país, têm se queixado de receber um salário abaixo da linha de pobreza.
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