Mourão diz que “não apareceu nenhuma prova concreta” sobre fraude nas urnas

Atualizado em 24 de dezembro de 2022 às 21:07
Vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos). Foto: Reprodução

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse ao Metrópoles que “não apareceu nenhuma prova concreta” que ateste fraude nas urnas eletrônicas. Mourão voltou a negar que irá passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e diz que não é o presidente.

“Não posso dizer que tenha havido fraude nas urnas, porque não apareceu nenhuma prova concreta sobre essa questão. O que eu julgo que aconteceu, como acontece ao longo da história do Brasil desde que nós instituímos o voto popular, é o voto de cabresto. O voto de cabresto ocorreu tremendamente no interior, em terra indígena, em áreas quilombolas, então, esse voto de cabresto houve”, diz o senador eleito.

“Quando se verifica aquelas análises que foram apresentadas das urnas em determinados lugares, nas quais teve zero voto para Bolsonaro e vários votos para o Lula, é típica questão de voto de cabresto. Para mim, aquilo não é alteração do processo da urna, mas é aquela história, juntou todos os eleitores, grupo pequeno de 200 ou 300 eleitores foi lá e votou”, continua Mourão.

A técnica citada por Mourão se consiste na prática de obrigação de votos, por meio de benefícios, ou até mesmo violência.

Para o general, o “voto de cabresto” ainda é um problema latente na sociedade contemporânea e precisa ser barrada. “Temos que melhorar essa fiscalização, por ocasião das eleições. Partidos políticos têm que ser mais presentes nisso aí, mas não é um problema das urnas, na minha visão”.

Na conversa, Mourão é enfático ao dizer que na Suprema Corte não deve mais haver “decisões monocráticas”. Mourão defende a criação de mandatos para os ministros e pontua que é necessário “recolocar” o Supremo Tribunal Federal no seu “lugar constitucional”.

“Ele é invadido em searas que pertencem ao Executivo, ora pelo Legislativo, ora pelo Judiciário. É invadido em coisas que o Legislativo deveria resolver, e aí o Judiciário resolve, muitas vezes até instado pelos próprios partidos políticos, que perdem uma votação dentro do Congresso, e aí acionam o Judiciário, que termina por interferir em algo que ele não deveria interferir”, afirma o aliado de Jair Bolsonaro (PL).

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