O Ministério Público de São Paulo denunciou o ex-vice-presidente estadual do PL em São Paulo, José Renato da Silva, por abusar sexualmente de duas netas menores de 10 anos. O caso encaminhado ao Tribunal de Justiça pelo promotor Flávio José Zamponi Santiago na última terça-feira (8), aguarda pronunciamento do juiz, que deve aceitar ou não a denúncia.
Segundo a denúncia, os crimes teriam acontecido entre 2011 e 2021. Os abusos começaram quando o criminoso morava com a família em uma chácara em Guararema, no interior do estado.
José Renato abusava sexualmente de uma das netas todos os dias, chamando a criança de 7 anos “para assistir desenhos no chalé onde ele morava, deitava-se ao seu lado, abraçava-a e a acariciava”. “O denunciado dizia para ela não contar para ninguém, pois seria uma brincadeira e um segredo deles”, diz outro trecho.
O mesmo ocorreu com a outra neta, de 9 anos, o criminoso “fingia que ia abraçar e passava a mão em suas partes íntimas e em seu corpo”. Ao se mudarem para Suzano, em 2017, os estupros continuaram durante suas visitas às netas.
A apuração do caso teve início em abril, quando os abusos foram relatados por sua filha e mãe das vítimas através das redes sociais, a secretária de Administração da Prefeitura de Suzano, Cintia Lira, relata que também sofreu abuso do pai quando criança.
Cintia disse que soube dos estupros em 2019, quando a filha mais nova, então com 14 anos, teve crises de ansiedade na escola. Quando a mais velha ouviu o relato de abuso, compartilhou ter vivido situação semelhante.
“Nesse dia eu abri o casulo de uma vez, porque passei pelo mesmo que elas. Foram 42 anos achando que estava vivendo uma vida comum. Peguei uma situação, coloquei numa caixinha com 500 cadeados e deixei para lá, porque não ia resolver”, relatou Cintia em depoimento a Universa em julho.
“Quando criança, ele me chamava para tomar banho, e eu tinha que lavá-lo. Mas só lembro isso. Dos 7 aos 13 anos, eu apaguei tudo o que aconteceu comigo e achava que aquela lembrança era um pesadelo. Mesmo assim, eu não gostava de ficar perto dele. Ele me dava tapas na bunda, me abraçava e olhava para os meus seios. Eu só congelava e rezava para ele me soltar logo.”
Segundo o Universa, o advogado de José Renato, Denis Souza do Nascimento, afirmou que o processo está em segredo de Justiça e que ele ainda não foi intimado.