Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) disse que o Google cria “dificuldades” e atua para “prejudicar” as investigações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Na manifestação, enviada na última sexta-feira (12), o MP avaliou que o Brasil pode virar o “paraíso do crime” caso o STF não obrigue a empresa a disponibilizar informações sobre pesquisas relacionadas a Marielle e sua agenda nos dias que antecederam o crime, em março de 2018.
O Google, por sua vez, alegou que entregar os dados seria uma invasão de privacidade.
“Se simples metadados não podem ser analisados para se tentar identificar supostos criminosos, realmente, num ambiente digital e tomado por uma tecnologia absoluta, de fato o país caminhará em passos largos para se converter no paraíso do crime”, afirmou o MP.
“Trata-se de pedido absolutamente restrito, e não genérico, ao contrário do que é afirmado pela Google, numa perspectiva absolutamente voltada ao acobertamento da tarefa de investigação e nítido propósito de prejudicar a análise do crime praticado”, continuou.
O MP ainda afirmou que “as dificuldades impostas pela Google representam a perda de uma chance de que a investigação pudesse ter um curso célere”.