O Ministério Público de Goiás (MPGO) revelou nesta terça-feira (18) quais jogos da Séria A 2022 e dos Estaduais 2023 têm suspeita de manipulação, após investigação e operação realizada em seis estados do país. Com informações do UOL.
Na Série A de 2022:
- Santos x Avaí (5/11) — suspeita de tentativa de cooptação de atleta do Santos para tomar cartão amarelo;
- Red Bull Bragantino x América-MG (5/11) — aliciamento do atleta do Bragantino para cartão amarelo;
- Goiás x Juventude (5/11) — aliciamento de dois atletas para tomar amarelo;
- Cuiabá x Palmeiras (5/11) — um jogador do Cuiabá também aliciado para tomar amarelo;
- Santos x Botafogo (10/11) — atleta cooptado para levar cartão vermelho;
- Juventude x Palmeiras (10/9) — aliciamento para tomar cartão amarelo.
Durante o cumprimento de um dos mandados, um atleta confessou participação em outro jogo, em setembro, também sobre cartão amarelo, no Juventude x Palmeiras, afirmou o promotor do MPGO, Fernando Cesconeto.
O jogador em questão admitiu que recebeu proposta relacionada a um jogo já na lista do MP, disse que recusou a proposta relacionada a ele, mas aceitou a proposta de outro jogo do Campeonato Brasileiro da Série A.
Estaduais 2023:
- Goiás x Goiânia — derrota parcial, foi apostado e os jogadores foram aliciados para que o Goiânia tivesse derrota parcial no primeiro tempo, por um determinado número de gols;
- Caxias x São Luiz — aposta encomendada de pênalti por parte do São Luiz;
- Esportivo x Novo Hamburgo — cometer pênalti por parte de jogador do Novo Hamburgo;
- Luverdense x Operário-MT — Número de escanteios no primeiro tempo e durante o jogo para atender o pleito dos apostadores;
- Guarani x Portuguesa — assegurar que determinado atleta fosse punido com amarelo.
O MP não divulgou o nome dos envolvidos nos casos citados. Cesconetto lembrou que o fato de ter sido identificada a tentativa de manipulação não quer dizer que os jogadores tenham concretizado os atos.
“No Santos x Botafogo, o que houve foi a proposta para que houvesse o cartão vermelho. Não é o momento de dizer se o jogador praticou ou não o ato. Não é o momento de revelar”, afirmou
“A investigação se centra no crime de organização criminosa, bem como em crimes de corrupção no âmbito desportivo previstos no estatuto do torcedor. Jogador envolvido que solicita ou aceita vantagem indevida para promover qualquer alteração de evento, não só resultado, tanto ele pode responder quanto quem alicia. Essa pessoa que dá ou promete vantagem pode responder por um crime com pena de dois a seis anos de prisão. O jogador, quem solicita ou aceita vantagem, também responde. Não se descartando avançarmos para crime de lavagem de dinheiro ou outros crimes a serem identificados”, disse o promotor.
As quantias oferecidas a jogadores geravam entre R$ 50 mil a R$ 60 mil por atleta para cada evento da Séria A, enquanto nos estaduais os valores variavam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil.
Foram dois atletas investigados no Rio Grande do Sul, dois em Santa Catarina, um no Goiás e dois em Pernambuco. No Rio de Janeiro, não foi um jogador, mas uma pessoa relacionada a apostas que foi investigado.
Em São Paulo, houve dez mandados de busca, sendo dois para atletas e três mandados de prisão.
Integrantes do MP de Goiás explicaram que durante a primeira fase da denúncia, compartilharam provas com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Na segunda fase, quando a investigação for concluída, o mesmo conteúdo será encaminhado.