MPF quer que Roberto Jefferson vá a júri popular por quatro tentativas de homicídio

Atualizado em 27 de agosto de 2023 às 12:03
Ex-deputado federal Roberto Jefferson. Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro solicitou à Justiça Federal que o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente de honra do Partido dos Trabalhadores Brasileiros (PTB), seja submetido a júri popular por quatro tentativas de assassinato de policiais federais.

A ação, ocorrida em 2022, envolveu o lançamento de granadas e disparos com uma carabina contra agentes da Polícia Federal (PF) que estavam tentando prendê-lo em Comendador Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro, às vésperas das eleições.

Segundo o Midia News, de Campo Grande-MS, os procuradores da República, Luciana Gadelha e Samir Nachef Junior, afirmaram que a letalidade e a desproporcionalidade do armamento utilizado pelo acusado, combinado com a quantidade de munições e tiros desferidos, demonstram que Roberto Jefferson assumiu o risco de causar a morte dos policiais federais. O MPF ressaltou que o ex-deputado não atingiu fatalmente os agentes devido a circunstâncias externas.

Roberto Jefferson, neste momento, segue hospitalizado em uma unidade de saúde particular no Rio de Janeiro por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em outubro de 2022, ele foi transferido para a prisão, mesmo cumprindo pena domiciliar, devido às ameaças e ataques proferidos contra o STF e seus ministros nas redes sociais.

A acusação criminal apresentada pelo MPF à Vara Federal de Três Rios (RJ) alega que após o ataque aos policiais, Jefferson divulgou um vídeo na internet mostrando a viatura policial atingida por tiros e uma poça de sangue ao lado do veículo.

A defesa de Roberto Jefferson argumenta que ele não tinha a intenção de matar os policiais, apenas resistir à prisão, e que os disparos foram direcionados à viatura da PF, visando danificar o veículo. Durante um depoimento na Justiça Federal de Três Rios em maio, Jefferson afirmou que atirou na direção da viatura, mas que teve cuidado porque sabia que os policiais não estavam usando coletes à prova de balas.

“Eu disse que não ia, que estava sendo perseguido pelo Alexandre de Moraes, e falei pra eles [policiais] saírem de lá. Um policial pulou o portão”, afirmou o ex-parlamentar, acrescentando que mostrou a granada de luz para os agentes ameaçando arremessá-la.

A juíza federal Abby Ilharco Magalhães será responsável por decidir se o caso será pronunciado para julgamento pelo Tribunal do Júri.

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