O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que quer um militar no comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Em viagem a Portugal, ele indicou que a atuação do interino, Ricardo Cappelli, não deve durar muito e disse que “não é hora de mudar o perfil do comando”. A informação é do Estadão.
Cappelli é homem de confiança de Flávio Dino, o ministro da Justiça, e chefiou a Segurança de Brasília durante a intervenção federal decretada após os ataques terroristas de 8 de janeiro. Segundo o interino, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra a permanência de um militar no comando do órgão.
Múcio ainda afirmou que a saída de Gonçalves Dias do cargo de ministro-chefe do GSI foi benéfica a ele. Segundo o ministro, o ex-chefe do órgão “não estava se sentindo confortável”. “Desde o episódio do 8 de janeiro, ele não ficou à vontade. Ele não estava se sentindo bem. E agora com aquelas fitas, as coisas pioraram e ele resolveu sair”, completou.
Dias pediu demissão do posto após a divulgação de imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto durante o ataque terrorista de 8 de janeiro. O ex-ministro-chefe aparecia caminhando nos corredores do local e outros agentes orientaram e até deram água aos invasores.
Após sua saída do cargo, ele justificou que esteve no palácio para “retirar” os terroristas. Segundo Dias, o objetivo era retirar os invasores dos dois andares superiores e levá-los ao segundo, onde estavam agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).
O general prestou depoimento nesta sexta (21) à Polícia Federal.