FHC publicou em seu Facebook uma carta a “eleitores e eleitoras” alarmado com o “quadro preocupante” em que “se vê a radicalização dos sentimentos políticos”.
“A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado”, diz, sem citar diretamente Bolsonaro.
“O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos”.
Ou se busca a coesão política, afirma, ou o “remendo eleitoral da escolha de um salvador da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao aprofundamento da crise econômica, social e política”.
No Twitter, deu nome ao seu boi: “Quem veste o figurino é o Alckmin, só que não se convida para um encontro dizendo “’só com este eu falo'”.
Etc etc.
FHC é uma Sheherazade de calças. Age como se não tivesse nada a ver Bozo.
Não é necessário exame de paternidade para saber que a candidatura de Bolsonaro tem o DNA dele e do PSDB.
Após um doce constrangimento republicano, FHC embarcou na aventura golpista com um Aécio Neves estuporado, canalha, apostando todas as fichas na instabilidade.
O fascismo eclodiu nas ruas com protestos financiados pelos tucanos, que bancaram os milicianos do MBL, entre outros.
O ambiente de ódio foi cultivado e estimulado por Aécio, Carlos Sampaio e demais jagunços de terno, enquanto conspiravam com Temer e Cunha.
Com Michel, ganharam cargos no ministério, emplacaram um juiz no STF, viraram sócios, impuseram sua agenda. Deu num desastre.
O discurso demagógico contra a corrupção, o PT, a esquerda, o bolivarianismo, Lula, o sítio, o pedalinho, a “orcrim” — ia dar no quê?
Num Churchill? Num De Gaulle? Num Ulysses Guimarães?
A antipolítica, o achincalhe das instituições, o Judiciário, Alexandre de Moraes — ia resultar no quê?
O que Fernando Henrique fez para se contrapor a isso enquanto havia tempo? Onde a reflexão ponderada do “elder statesman”? (que nunca foi, aliás?)
Caímos num extremista boquirroto, despreparado e violento com reais chances de subir a rampa do Planalto.
O script estava desenhado, FHC leu, assinou, sentou em cima e, agora que o PSDB está na draga, reclama.
Eis o destino dos lacerdas.