Em entrevista a TV RPC. filiada da rede Globo no Paraná, a esposa do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, que matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda, confirmou que seu marido gritou ‘Bolsonaro mito’ diante dos convidados do aniversário do político em Foz do Iguaçu no último sábado (09/07).
Segundo a esposa, Jorge não agiu por motivação política e invadiu a festa do petista porque se sentiu agredido e ameaçado. “O que motivou ele a voltar lá foi essa agressão, que ele se sentiu agredido, né, que ele se sentiu ameaçado, a família ameaçada. Então, por ele ter voltado lá, não tem nada a ver com Lula, não tem nada a ver com o Bolsonaro”, disse a esposa à TV paranaense. “A minha família, meu padrasto, minha mãe, eles votaram no Lula, entendeu? Nós conhecemos várias pessoas de outras famílias, nós fazemos churrasco”, completou.
Jorge era sócio do clube onde Marcelo realizou sua festa de 50 anos. Segundo a esposa do policial, “era de praxe o pessoal que era associado fazer ronda, porque já houve alguns furtos no local.”
A esposa, que não teve seu nome divulgado pela reportagem da RPC, disse ainda que no carro tocava uma música que seu marido sempre ouvia e que dizia “O mito chegou e o Brasil acordou”. Segundo ela, ao ouvir a música, os convidados do aniversário teriam se incomodado e reagido. Ao manobrar o carro, aí sim Jorge gritou “Bolsonaro mito”, ainda segundo a esposa. “Quando ele falou ‘Bolsonaro mito’, a pessoa que estava lá dentro, que creio eu que era aniversariante, pegou terra e pedras e tacou no nosso carro”, afirmou.
Segundo testemunhas, Jorge invadiu o local gritando palavras de ordem a favor de Bolsonaro e contra o PT e Lula. A principal linha de investigação da polícia aponta para crime por motivação política já que, segundo as informações atualizadas, Jorge e Marcelo não se conheciam. O PT fala em crime de ódio.
Familiares de Jorge Guaranho negam que o caso em que ele matou o militante petista Marcelo de Arruda tenha sido político e dizem viver um pesadelo. Irmão de Jorge, John Lenon Araújo diz que o policial foi até o clube social da Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), onde acontecia a festa, para fazer uma ronda. Ele era associado ao clube e, segundo o irmão, essa era uma rotina entre os membros da associação.
No pedido, o promotor Tiago Lisboa Mendonça solicita o sigilo do inquérito, para evitar interferência na investigação conduzida pela Polícia Civil do Paraná.