Musk diz que vai divulgar supostos crimes de Moraes após suspensão do X

Atualizado em 31 de agosto de 2024 às 12:40
Elon Musk segue atacando Moraes nas redes sociais. Foto: reprodução

Neste sábado (31), o empresário Elon Musk, dono da plataforma X (anteriormente Twitter), anunciou que pretende divulgar uma “longa lista de crimes” que ele alega terem sido cometidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo Musk, a lista será acompanhada pelas “leis brasileiras específicas que ele violou”. O anúncio ocorre em meio à suspensão do X no Brasil, determinada por Moraes.

A determinação de Moraes veio após o X não cumprir a exigência de identificar um representante legal no Brasil dentro do prazo de 24 horas, que se encerrou na quinta-feira (29). Como resultado, a plataforma foi suspensa em todo o território brasileiro, embora continue acessível para brasileiros que estão no exterior.

“Obviamente, ele não precisa obedecer às leis dos EUA, mas precisa obedecer às leis de seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz”, escreveu Musk em uma das publicações contra o ministro. Em outra, ele afirmou que o “povo brasileiro saberá” dos “crimes” de Moraes, “não importa o quanto ele tente evitar”.

Post em que Musk promete expor os supostos crimes de Moraes. Foto: reprodução

O conflito entre Musk e Moraes não é recente e já se arrasta há meses. A tensão se intensificou em 17 de agosto, quando o X fechou seu escritório no Brasil e demitiu todos os funcionários locais, embora a plataforma tenha assegurado que continuaria disponível para os usuários brasileiros.

A recente suspensão é vista como mais um capítulo dessa disputa, com Musk reiterando sua posição crítica ao magistrado, a quem comparou novamente ao vilão Voldemort, da série Harry Potter.

“Esse meme nunca envelhece”, escreveu Musk em ofensa a Moraes. Foto: reprodução

Musk também é alvo de duas investigações conduzidas pela Justiça brasileira. O inquérito 4.957 investiga o bilionário por acusações de obstrução à Justiça, “inclusive em organização criminosa e em incitação ao crime”.

De acordo com a decisão emitida em 6 de abril, Musk teria “iniciado uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral], que foi reiterada no dia 7 de abril, instigando a desobediência e obstrução à Justiça”.

Além disso, Musk foi incluído na investigação das milícias digitais, que apura a suposta “instrumentalização criminosa” do X. Esse inquérito, aberto em julho de 2021, investiga grupos suspeitos de condutas contra a democracia.

Moraes, em sua decisão, destacou a “utilização de mecanismos ilegais por parte do X” e indicou a presença de “fortes indícios de dolo” por parte de Musk na “instrumentalização criminosa anteriormente apontada e investigada em diversos inquéritos”.

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