Musk é um risco à segurança nacional, diz maior revista de tecnologia dos EUA

Atualizado em 17 de setembro de 2024 às 23:23
Postagem de Elon Musk no X no qual o bilionário questiona se ninguém quer matar Biden e Kamala. Reprodução

Logo após relatos de uma segunda tentativa de assassinato contra Donald Trump, ex-presidente dos EUA e candidato republicano à presidência em 2024, Elon Musk fez uma postagem polêmica no X, que depois foi deletada. Ele insinuava que ninguém tentava assassinar Biden ou Kamala, o que foi interpretado por alguns como uma possível incitação ao assassinato dos democratas. Após a remoção da postagem, Musk explicou que era uma tentativa de piada mal recebida, dada a gravidade das circunstâncias.

Segundo a Wired, maior revista de tecnologia dos Estados Unidos, essa postagem é um exemplo recente das declarações políticas inflamadas de Musk, que também possui importantes contratos de defesa com o governo americano. Esse incidente pode ter elevado os riscos de Musk incitar mais violência política, considerando seu acesso a informações sigilosas através desses contratos.

A Wired relata que o Serviço Secreto dos EUA, conforme declarado por Nate Herring, porta-voz do USSS, investiga todas as ameaças relacionadas aos seus protegidos, o que incluiria a postagem de Musk. Michael German, ex-agente especial do FBI e pesquisador do Centro Brennan para a Justiça, mencionou que o Serviço Secreto levaria um comentário como o de Musk muito a sério, potencialmente conduzindo a uma entrevista com o bilionário para assegurar que não houvesse uma ameaça real.

Musk e Trump: ameaça à segurança nacional dos EUA, segundo a Wired

Adicionalmente, as posições de Musk como contratante de defesa e tecnologia com o Departamento de Defesa e a NASA dos EUA colocam suas ações sob escrutínio intenso. Esses contratos incluem projetos de bilhões com a NASA para viagens à lua e um contrato significativo com o Escritório Nacional de Reconhecimento. A dependência do governo em empresas controladas por Musk levanta preocupações de segurança nacional, exacerbadas por episódios como a recusa de ativar o Starlink na Crimeia a pedido da Ucrânia.

A Wired destaca como o comportamento de Musk, incluindo reativar contas de teóricos da conspiração e promover narrativas de direita, pode influenciar extremistas nos EUA, segundo Jon Lewis, pesquisador do Programa de Extremismo da Universidade George Washington. Essas retóricas podem fornecer justificativas para aqueles prontos para engajar em violência, sublinhando a gravidade das ações de figuras com grande influência como Musk.