Musk já removeu conteúdo no X por ordem judicial sem falar em censura

Atualizado em 29 de agosto de 2024 às 22:02
Elon Musk com expressão de insatisfação, olhando para o lado
O bilionário Elon Musk, proprietário do X – Reprodução

Apesar de Elon Musk se autodenominar um “absolutista da liberdade de expressão” e ter criticado o ministro Alexandre de Moraes, do STF, por “censura”, o bilionário tem cumprido ordens de remoção de conteúdo de governos como o da Índia e da Turquia sem contestação. Com informações da Folha de S.Paulo.

Na Índia, o X (antigo Twitter), sob a liderança do magnata, removeu links para o documentário da BBC “Índia: A questão Modi”, seguindo uma determinação do governo do primeiro-ministro Narendra Modi. A produção aborda o papel de Modi em um massacre de muçulmanos em 2002, enquanto governava o estado de Gujarat.

Kanchan Gupta, assessor do Ministério de Informação e Radiodifusão da Índia, afirmou que o documentário foi bloqueado devido às leis do país. Musk justificou a remoção dizendo que as leis indianas sobre o que pode ser publicado nas redes sociais são muito restritas e que é necessário cumpri-las.

O empresário também não questionou as remoções de conteúdo na Turquia, onde o X restringiu centenas de tuítes por ordem do governo de Recep Tayyip Erdogan antes das eleições presidenciais de 2023. Em resposta às críticas, o dono da plataforma argumentou que era melhor limitar o acesso a alguns conteúdos do que enfrentar uma suspensão total do microblog.

Apesar de Elon Musk afirmar defender a liberdade de expressão, suas atitudes sugerem o contrário. Ele processou a organização Center for Countering Digital Hate (CCDH) por um estudo que apontava aumento de conteúdo de ódio após a compra do X. A ação foi arquivada por um juiz da Califórnia, que considerou a tentativa do magnata uma forma de silenciar críticas.

No Brasil, Alexandre de Moraes incluiu o bilionário como investigado no inquérito sobre milícias digitais antidemocráticas. Ele criticou o magistrado, chamando-o de “ditador do Brasil” e sugerindo que o ministro deveria ser julgado.