Na mira do MP por causa dos cheques do Queiroz, Michelle Bolsonaro é a 1ª dama mais clandestina do Brasil. Por Nathalí Macedo

Atualizado em 16 de maio de 2019 às 22:19
Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução/YouTube

Nunca antes da história deste país o nome de uma primeira-dama esteve tão presente nas manchetes – ou ao menos não por razões tão sórdidas. 

Michelle está nos trending topics do Twitter por conta dos dez cheques que o ex-motorista Fabrício Queiroz afirmou ter pago à primeira-dama na devolução de um suposto empréstimo de R$ 40 mil que o presidente Jair Bolsonaro teria feito ao assessor do filho.

Agora oficialmente, ela está na mira do MP e na boca do povo.

Michelle, que adora os holofotes – até apareceu na cerimônia de posse traduzindo o discurso do marido em libras em nome de seus quinze minutos de fama –, andou sumida das manchetes após a suspeita de envolvimento no esquema de Flávio Bolsonaro e Queiroz.

Agora, será obrigada a ressurgir e se explicar à Justiça.

O fato é que o pouco que se sabe da primeira-dama depõe contra ela.

A história mal contada da mãe que ainda mora numa favela no DF, por exemplo: enquanto a primeira dama garante que a mãe é quem recusa suas ofertas para sair da favela do Sol Nascente, a mulher dá entrevistas dizendo que não foi convidada sequer para a cerimônia de posse.

Não estamos aqui pra julgar a vida pessoal de ninguém, mas que tipo de pessoa é casada com o presidente da República e não se importa em garantir moradia digna à própria mãe? 

Perguntar não ofende.

Fora que, muitas vezes, as escorregadas da primeira-dama resultam em gasto de dinheiro público: como esquecer, por exemplo, das amigas que Michelle vem emplacando em secretarias no governo?

O cerco está se fechando para a família Bolsonaro, e, quando se trata desse clã, parece que ninguém escapa: agora é a vez de Michelle Bolsonaro assumir seu quinhão na patifaria dos escândalos envolvendo a presidência.

O caso Queiroz certamente ainda rende pano pra manga – tanto que a defesa do assessor tentou inclusive suspender a quebra de sigilo bancário. 

Por que alguém se importaria com isso se não houvesse nada a temer?

É óbvio que nesse angu tem caroço.  

E, para o Ministério Público, Michelle também tem contas a prestar.