Na ONU, Rogers Waters defende a paz diz que invasão da Ucrânia não foi gratuita

Atualizado em 8 de fevereiro de 2023 às 23:39
Roger Waters fala ao Conselho de Segurança da ONU em vídeo conferência. Reprodução

A pedido da Rússia, Roger Waters, fundador do Pink Floyd, falou na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta quarta-feira (8). Ele condenou o complexo industrial militar e enfatizou o impacto devastador de combates, tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente.

Como o tema da reunião era o conflito entre russos e ucranianos, Waters também opinou, definindo a invasão da Ucrânia pela Rússia como “ilegal”, mas ressalvando que não ocorreu de forma gratuita e ponderando que ocorreram provocações que proporcionaram a reação de Putin: “Portanto, também condeno os provocadores nos termos mais fortes possíveis. Pronto, era o que eu precisava dizer.”

Diplomatas acompanhando o discurso de Waters na ONU. Reprodução

No ano passado, em entrevista à revista Rolling Stone, Waters disse acreditar que seu nome pudesse estar em uma “lista de assassinatos apoiada pelo governo ucraniano”. Nessa mesma oportunidade, ele atribuiu a culpa da guerra à OTAN, sugerindo que ela deixou Putin sem outra escolha que não a de promover a invasão.

Em sua exposição, afirmou que “Kiev foi armada por terceiros”.

O astro do rock estava mais focado em usar a sua palavra para pedir em prol da paz: “Obrigado por nos ouvir hoje, somos muitos que não compartilham dos lucros da indústria bélica. Não criamos nossos filhos para servir de bucha de canhão. Em nossa opinião, a única ação sensata é um cessar-fogo imediato na Ucrânia, sem ‘ses’, sem ‘mas’, sem ‘es’. Não há mais uma vida ucraniana e russa para ser perdida, todas elas são preciosas para nós”.

Nos últimos meses, o artista também fez críticas contundentes a políticos: em agosto, ele rotulou Joe Biden como “criminoso de guerra” durante uma transmissão da CNN e afirmou que o presidente dos EUA estava “alimentando diretamente a guerra na Ucrânia”. Em setembro, ele publicou uma carta aberta à primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, cujo alvo era a OTAN.

Diplomatas do Conselho de Segurança criticaram a aparição de Waters quando anunciado na Assembleia da ONU. “A diplomacia russa costumava ser séria”, um deles disse de forma anônima à Reuters. “Quem é o próximo? Mister Bean?” (Waters mencionou esta citação em seu discurso, brincando que a referência a Mr. Bean sugeria “que o diplomata anônimo seria inglês”).

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