O coronel Jean Lawand Junior recebeu uma série de orientações para depor à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) Mista do 8 de Janeiro. O militar estava com uma pasta que trazia oito instruções, que vão desde lembretes, como “se alimentar”, até dicas de como se comportar na oitiva, como “cara serena”.
“Se alimentar, não aloprar, não gesticular, sem cagoete, não perca o emocional, mãos juntas, oração, cara serena”, diz a folha impressa na pasta de Lawand. Não se sabe quem é responsável pelas orientações ao militar e ainda há um post-it com outra lista menor na pasta.
Além das orientações que aparecem na pasta, ele recebeu uma ordem do comando do Exército para não participar da oitiva fardado. A determinação partiu do chefe da Força, Tomás Paiva, que alegou que as ações do coronel “não representam” a instituição.
O militar foi convocado para depor como testemunha à CPI após a Polícia Federal encontrar mensagens em que sugere golpe a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ele negou que tenha incentivado uma ruptura institucional, alegando que aguardava mensagem de Bolsonaro para “apaziguar o país”.
Apesar das orientações recebidas, Lawand não está se saindo bem no depoimento e tem sido acusado por parlamentares de mentir à comissão. Deputados que participam de sua oitiva estão preparando um pedido de prisão contra ele após o presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), negar flagrante.