A imagem da Praça São Pedro vazia durante uma bênção do Papa Francisco ganhou o mundo.
Na tarde desta sexta-feira (27), ele concedeu a “Urbi et Orbi”, uma consagração dada apenas na Páscoa, no Natal e na ocasião da escolha de um novo líder da Igreja Católica.
Em função do coronavírus, não havia público presente e a bênção foi transmitida pela internet e pela TV.
Francisco destacou o exemplo de pessoas que doaram a própria vida contra a doença.
“Médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho”, disse.
“Deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo, desça sobre vocês, como um abraço consolador, a bênção de Deus”.
“Ninguém se salva sozinho”. É isso.
Segundo Bolsonaro e sua corja, o Brasil não pode parar.
O Papa está errado, portanto. Certos estão eles.
O cenário torna a mensagem papal ainda mais poderosa e o protagonista ainda mais gigantesco.
John Donne escreveu no século 16 os versos sobre a humanidade que Hemingway popularizaria:
Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.