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Por Luis Felipe Miguel
Em março de 2016, Dilma nomeou Lula para a Casa Civil.
Moro pegou a gravação ilegal de uma conversa da presidente e fez um vazamento também ilegal. Gilmar Mendes aproveitou a oportunidade e proibiu a nomeação, argumentando que o objetivo dela seria apenas dar foro especial a Lula, ou seja, burlar o sistema judiciário.
Era mentira. Lula na articulação política do governo era o último recurso que Dilma tinha para tentar parar o impeachment. Na época já era fácil ver isso.
Hoje se sabe que várias outras escutas ilegais de conversas entre a presidente e seu antecessor, nas mãos de Moro e seus cúmplices, comprovavam essa interpretação. Mas é claro que essas ele não vazou.
Ano passado, o novo Gilmar, esse democrata indômito, disse em entrevista que foi enganado pela Lava Jato para impedir a nomeação. A gente até tentaria acreditar, se não soubesse que ele esteve envolvido até a medula na trama do golpe de 2016.
Agora, Weintraub é demitido e o governo se apressa a arranjar uma sinecura para ele no exterior. Ele mesmo anunciou que pretender deixar o Brasil o mais rápido possível.
Está fugindo da justiça, pura e simplesmente.
Bolsonaro deixou claro, no vídeo de despedida, que seu antigo bufão de estimação não o agrada mais. Mas está agindo com presteza para conseguir que Weintraub se evada – ao ponto de sacrificar um cargo importante, no Banco Mundial, dando-o a alguém de reconhecida falta de seriedade e de competência.
Certamente tem medo do que ele pode contar. Uma delação premiada de Weintraub não seria brincadeira.
Não seria o caso de impedir essa nomeação/fuga?