Publicado originalmente no Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Um filho no Planalto, despachando e “desenvolvendo linhas de produção solicitadas pelo Presidente Jair Bolsonaro”.
O outro, que usa boné da campanha de Donald Trump, na Casa Branca, ajudando o pai a oferecer o país aos Estados Unidos.
O mais novo treinando tiro de metralhadora e disparos de “sniper” na Academia da PF, com tempo, instrutor, arma e bala pagas com dinheiro público.
O filho senador fazendo representações contra os promotores que investigam os milhões movimentados pelo amigo-assessor-motorista e chefe do RH de seu Gabinete, Fabrício Queiroz, entre eles quatro cheques para sua madrasta, a primeira-dama.
Já imaginaram o escândalo que seria se fossem filhos de Lula e a falecida D. Marisa Letícia?
Teríamos furiosos comentaristas na Globonews dizendo que é inadmissível o poder familiar, que se formara uma quadrilha para usar o Estado brasileiro e que a máquina pública não pode ser usada por um clã.
Haveria, a esta hora, pedidos de impeachment correndo soltos.
Mas como, segundo o herói de Bolsonaro, Donald TrumP, um país de merda de onde saem imigrantes que são uma vergonha nacional, segundo o papai e o filhote que estiveram hoje no Salão Oval – o “Beato Salu” do Itamaraty foi deixado de fora.
Foi como um passeio à Disneylândia, não é?
Mas não se critique: ontem mesmo Bolsonaro disse à Fox News que foi eleito “para defender a família”.
A dele.