‘Não tinha nada a ver’: vítima de chacina parou em bar para assistir a jogo de sinuca, diz filho

Atualizado em 22 de fevereiro de 2023 às 16:41
Empresário Josué Ramos Tenório está entre as vítimas da chacina em Mato Grosso. Foto: Reprodução

Filho adotivo de Josué Ramos Tenório, uma das vítimas da chacina em Mato Grosso, Cícero Dias disse que o pai parou no bar para assistir o grupo que jogava sinuca. O crime ocorre em um bar de Sinop, no Jardim Lisboa, na tarde de terça-feira (21), após dois bolsonaristas perderem duas partidas de sinuca no local.

“Ele e outras pessoas não tinham nada a ver. Foi uma crueldade, uma situação desumana. Nem caiu a ficha ainda. É um monstro quem faz um negócio desse”, disse.

Segundo Cícero, a vítima morava em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e que, eventualmente, viajava de carro até Sinop a trabalho. Assistir a jogos era o lazer da vítima, de acordo com o jovem.

“Ele sempre ia ao bar, gostava de assistir, acompanhar o pessoal jogar. Ele nem estava jogando, estava assistindo. Nossa família está arrasada, todos sem entender”, acrescentou.

A vítima, que era empresário, vendia frutas junto com a família. “Era uma pessoa boa. Tudo que sei no trabalho hoje, aprendi com ele. A família espera por justiça. Que a polícia consiga localizá-los e que eles paguem pelo que fizeram”, afirma Cícero.

De acordo com o delegado Bráulio Junqueira, Edgar Ricardo de Oliveira participava de um jogo de sinuca contra Getúlio Rodrigues Frazão Junior, uma das vítimas, e perdeu cerca de R$ 4 mil pela manhã. Mais tarde, ele voltou na companhia de Ezequias Souza Ribeiro, e desafiou Getúlio novamente. Eles jogaram mais algumas partidas e perderam.

Segundo o delegado, Edgar ficou revoltado e, em seguida, deu um sinal para Ezequias, que rendeu todas as pessoas, enquanto o comparsa pegava uma espingarda no carro.

A dupla está foragida, segundo a Polícia Civil.

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