Pelé, Trump, Maradona, Nixon, Charles Manson, Maluf, Voldemort, ET, Hulk e o Gollum.
Agora, Deltan Dallagnol.
Noves fora tudo, o coordenador da força tarefa da Lava Jato adquiriu o hábito de se referir a si mesmo na terceira pessoa.
Essa afetação narcisística idiota se chama ileísmo.
Em geral, é coisa de gente que se acha tão importante que precisa de um distanciamento para falar de si.
Foi numa entrevista chapa branca à Época, da Globo, em que o ex-faquir faz a defesa de suas trampas no Ministério Público.
Em resumo, DD está salvando o país e, quiçá, o mundo da “corrupção”, palavra que ele emprega 18 vezes. Em nome disso, vale tudo.
Eis o que ele fala quando lhe é perguntado se “teme ser afastado da função de procurador”:
Tenho visto essa questão na imprensa nos últimos dias como uma possibilidade. Agora, quando eu penso nisso, eu penso que não de trata de Deltan. Se trata, sim, de um procurador que fez um trabalho consistente contra a corrupção, junto com vários outros agentes públicos e instituições, que está sendo agora… Cujo afastamento está sendo cogitado num movimento vereação às investigações.
Então, não se trata de Deltan, se trata, sim, da independência que a gente quer dar e da proteção que a gente quer dar para um procurador poder fazer seu trabalho mesmo contra pessoas poderosas. É disso que de fato se trata. Trata-se de: o que nós queremos que aconteça com as pessoas que se dispõem a trabalhar sob risco, sob ameaças, sob pressões, sob grande carga de trabalho em grandes casos que envolvem interesses poderosos? Não se trata, de novo, de Deltan. Se trata de algo que pode ser desencadeado a partir de Deltan e atingir outras pessoas.
Tem o Edson e tem o Pelé.
Tem do Deltan e tem o Dallagnol.
Ele é temente ao Senhor:
O senhor já expressou sua fé publicamente. Esse episódio seria uma provação de Deus? (30 segundos de silêncio.)
Trinta segundos para quê?? Sintonizar com Jesus Cristo?
Deltan Dallagnol dá uma saudade danada do Maluf.